A empresa sueca trabalha com seguro para bens alugados. Eis o diferencial: os itens só são segurados enquanto estiverem sendo usados, transportados, acessados ou similares, por um curto período de tempo. Para pessoas em busca de uma renda extra a partir do aluguel de seus itens em plataformas peer-to-peer, mas que temem possíveis danos, a Omocom oferece uma solução.
"Desenvolvemos uma ferramenta para gerar confiança em momentos específicos."
- Ola Lowden Landström, fundador da Omocom
Por que é um exemplo de economia circular
O microsseguro 'sob demanda' da Omocom movimenta uma engrenagem vital na economia compartilhada. Ao fornecer seguros personalizados e específicos para locações, a Omocom garante a confiança na transação e torna a experiência do usuário mais tranquila. O resultado é um maior uso de bens existentes – um pilar fundamental da economia circular.
O que a Omocom assegura
Objetos: ferramentas, ferragens, móveis, mercadorias entregues, roupas, equipamentos esportivos
Espaços: casas de veraneio, apartamentos, quartos, casas, arrumos
Veículos: carros, barcos, vans de acampamento, motos
Origem da ideia
Em 2017, Ola e seu sócio Emmanuel Badehi fundaram a Omocom, iniciando sua jornada de empreendedorismo no mundo Fintech. A partir de pesquisas no Ministério do Comércio, eles identificaram o problema que estava impedindo uma tendência de consumo crescente. E perceberam a importância de oferecer um mecanismo de seguro adequado para impulsionar o lado da oferta na economia compartilhada. Felizmente, a maioria das plataformas de compartilhamento é digital, de modo que os algoritmos e APIs (interfaces de software) permitem a integração de novos serviços às plataformas já existentes – e, pelo menos em teoria, a automatização da geração de apólices de microsseguro.
Desenvolvendo uma estrutura de avaliação de risco
Os dois sócios contaram com a ajuda do professor de matemática da Universidade de Estocolmo, Filip Lindskog, que usou os dados de transação que Ola havia coletado em um estudo nacional para elaborar um modelo de risco. O modelo, constantemente refinado à medida que novas plataformas se cadastram, é um algoritmo que gera automaticamente uma política para cada transação.
Diversos avanços facilitaram o lançamento da Omocom em outubro de 2019. Depois de 25 tentativas de encontrar uma empresa que atuasse como sua resseguradora, os sócios conseguiram persuadir uma renomada corretora de seguros, WR Berkeley, a subscrever suas apólices. Além disso, a Omocom também obteve a adesão de dois clientes iniciais: a Tiptapp, uma empresa de mudanças que aproveita o espaço não utilizado em veículos e os serviços de pessoas com tempo disponível para transportar móveis, e a Hygglo, uma plataforma de compartilhamento de equipamentos ponto a ponto.
Como funciona o seguro
O seguro da Omocom é integrado às plataformas digitais de compartilhamento existentes. O seguro pode ser calculado com base na transação individual ou em uma base 'all-in', modalidade na qual todas as transações geradas pela plataforma são seguradas automaticamente. A empresa usa os dados das transações para evitar fraudes e reduzir riscos, tornando o compartilhamento mais seguro.
Um acordo de seguro padrão da Omocom
Os fornecedores das plataformas de compartilhamento têm a opção de aceitar ou recusar uma apólice de microsseguro no momento da transação, cobrindo a perda, roubo ou dano de seu ativo. O custo do seguro varia entre EUR 2 e EUR 6, com uma cobertura máxima de EUR 1.000. A proteção é válida durante o período de aluguel ou entrega. A outra opção é aceitar um seguro 'all-in', no qual todos os ativos da plataforma são segurados o tempo todo.
Gerando confiança em um momento específico
Ola acredita que o crescimento da Omocom e o principal fator por trás do acordo com a WR Berkley é o fato de a Omocom não competir com as seguradoras tradicionais. Em vez disso, a empresa “desenvolveu uma ferramenta de vendas que gera confiança em um momento específico”. O perfil de risco (denominado índice de sinistralidade = pagamentos de apólice acumulados/prêmios de danos acumulados) para o ressegurador é muito diferente de um acordo de seguro convencional. Um dos motivos é que não há o efeito “cauda longa” – ou seja, o período de seguro tem um prazo curto e bem definido, de modo que não há necessidade de fazer uma provisão significativa para a possibilidade de uma reivindicação de seguro inesperada no futuro.
Análises iniciais indicam que a Omocom tem conseguido progredir e gerar confiança na economia circular. A empresa começou com apenas duas plataformas cadastradas e, em um ano, já são 18 a bordo, espalhadas entre Suécia, Noruega e Finlândia. Com mais de 70% dos novos clientes chegando de forma espontânea, parece que a economia circular e os cidadãos com visão de futuro vêm se beneficiando do serviço da Omocom.