A Renault é uma pioneira da economia circular na indústria automotiva. O objetivo de suas atividades circulares é prolongar a vida útil dos veículos e componentes e manter os materiais em uso, reduzindo a necessidade de materiais virgens.
O Grupo Renault está cada vez mais circular
O objetivo das atividades circulares do Grupo Renault é prolongar a vida útil dos veículos e componentes e manter os materiais em uso, reduzindo a necessidade de materiais virgens.
A empresa conseguiu concretizar essa ambição em diferentes etapas do processo de fabricação e em diferentes marcas por meio das seguintes medidas:
refabricação de componentes veiculares como caixas de câmbio e turbocompressores
aumento do conteúdo de plástico reciclado
concepção de uma segunda vida para as baterias elétricas
No final de 2020, o Grupo Renault aumentou seu nível de ambição e fundou aRE:Factory, a primeira fábrica de veículos e soluções de mobilidade da Europa baseada na economia circular.
Um projeto para um novo ecossistema industrial
A Re-Factory fica em Flins, cerca de 40 km a oeste de Paris, e será o novo centro das atividades de economia circular do Grupo Renault, apoiando a inovação circular em todo o ciclo de vida dos veículos. A construção do complexo, de 237 hectares, deve ser finalizada em 2024 e contará com a colaboração de uma ampla rede de parceiros. A missão da Re-Factory é criar soluções de mobilidade com um saldo negativo de CO2 e gerar empregos para três mil pessoas até 2030.
Áreas de atuação da economia circular da Re-Factory
O complexo compreenderá um ecossistema focado em quatro áreas complementares:
1. Aumento da vida útil dos veículos – Re-trofit
Recondicionar veículos, convertendo modelos térmicos em versões que façam um uso menos intenso de carbono, incluindo um serviço especializado de impressão 3D para a fabricação de peças raras.
2. Soluções para produção, armazenamento e gestão de energias verdes – Re-energy
Otimizar a primeira vida das baterias, garantir uma segunda vida, administrar as baterias em fim de vida e explorar novas fontes de energia, como o hidrogênio.
3. Gestão de recursos para apoiar o ecossistema – Re-cycle
Desmontar os veículos em fim de vida, refabricar as peças e reaproveitar e reciclar materiais.
4. Inovação e a partilha de conhecimento – Re-start
Investir em pesquisa e disseminar o conhecimento sobre a economia circular.
"Somos a fabricante de automóveis mais empenhada em reciclar e reutilizar materiais na Europa, com um volume de negócios que passa de EUR 500 milhões por ano."
Luca de Meo, CEO
Aumentar a vida útil das peças veiculares por meio da refabricação
Para cumprir as metas do Acordo de Paris, a indústria precisa repensar o uso de materiais e o consumo de energia. A fábrica de Choisy-le-Roi do Grupo Renault, localizada a cerca de meia hora do ponto onde foi assinado o histórico acordo climático, é um bom exemplo de como uma gestão mais circular de materiais pode reduzir as emissões da fabricação de veículos, gerar lucros e agregar valor para os clientes.
O que é refabricação?
Trata-se da restauração de uma peça, recuperada a partir do motor de um carro antigo, deixando-a novamente em uma condição o mais próximo possível de seu estado e características originais. Em Choisy-le-Roi, a produção de peças automotivas por meio da refabricação começou em 1949. Desde então, a fábrica vem diversificando constantemente sua produção para incluir bombas injetoras, caixas de câmbio, injetores e turbocompressores.
Como funciona
A operação de refabricação conta com um ecossistema de logística reversa envolvendo uma série de empresas parceiras (ver infográfico) que coletam as peças antigas, desmontam e verificam suas condições, remontam as peças e então as revendem com genuínas, com garantia na rede da Renault.
As peças produzidas dessa forma são 40% mais baratas que as novas, mas passam pelo mesmo teste de controle de qualidade. Desde 2012, o volume de peças de motor que ganharam uma segunda vida por meio da refabricação é significativo:
Redutores: mais de 112 mil, 60% dos componentes renovados
Motores: mais de 73.mil, de 60% a 70% dos componentes renovados
Turbos: mais de 50 mil, 40% dos componentes renovados.
Injetores: mais de 94 mil (desde 2010)
Benefícios comerciais, ambientais e sociais da refabricação
Para os clientes da Renault, os benefícios vão além de peças mais baratas com garantia: o processo de refabricação permite que prolonguem o uso de seus veículos, com a reposição de peças sobressalentes que, de outra forma, poderiam ter sido descontinuadas. Para a empresa, a abordagem é lucrativa: as atividades de refabricação geraram uma receita de quase EUR 120 milhões em 2019.
E talvez um dos aspectos mais importantes: a refabricação apoia uma força de trabalho qualificada. Essa é uma das principais restrições à expansão das atividades de refabricação, mas também o embasamento para melhorar a qualificação da mão de obra e oferecer melhores condições de trabalho à equipe. A refabricação também contribui para a economia local, pois as peças devem ser recondicionadas na mesma região em que foram produzidas – ou os benefícios ambientais com a redução do carbono podem ser anulados com o transporte das peças refabricadas.
Os benefícios ambientais da refabricação também são significativos. Em geral, uma peça refabricada implica:
80% menos energia;
88% menos água;
92% menos produtos químicos;
70% menos desperdício.
Em escala global, o potencial de economia de energia com a refabricação pode ser equivalente à eletricidade produzida por oito usinas nucleares. Em 2021, após 71 anos de operação contínua em Choisy-le-Roi, o centro de remanufatura da Renault foi transferido para a Re-Factory em Flins.