A visão pretende inspirar governos, atores estratégicos e iniciativas em direção a um objetivo comum de desenvolvimento econômico sustentável baseado na circularidade.
24 de fevereiro de 2022 – Hoje, a Coalizão de Economia Circular da América Latina e do Caribe lança sua visão compartilhada para uma economia circular na região. O documento, intitulado Economia circular na América Latina e no Caribe: uma visão compartilhada, ajudará a criar alinhamento e cooperação entre os países e orientar futuros projetos. A visão foi adaptada às características e culturas únicas da região e tem como foco abandonar modelos econômicos lineares e extrativistas que causam degradação ambiental, promovendo uma recuperação resiliente da pandemia de Covid-19 e a inclusão dos povos da região.
Este é um marco importante da Coalizão, lançada em 2021 para implementar uma abordagem de economia circular na região por meio do trabalho colaborativo entre governos, empresas e a sociedade. No processo de construção dessa visão, dezenas de autoridades governamentais da região, bem como diversos representantes de instituições internacionais relevantes, empresas e academia, foram consultados para imaginar coletivamente o futuro da região com base em uma economia circular.
Na América Latina e no Caribe, 127 milhões de toneladas de alimentos (mais de um terço do que é produzido) são perdidos e desperdiçados a cada ano, e aproximadamente 47 milhões de pessoas sofrem de fome na região. A biodiversidade da América Latina e do Caribe é uma das mais ricas do mundo, representando 40% da biodiversidade da Terra e 60% da vida terrestre. No entanto, vem-se observando um declínio de 94% nestes indicadores desde 1975, queda maior do que em qualquer outra região do mundo. Nove das 24 frentes globais de desmatamento estão situadas na região, impulsionadas principalmente pela agricultura, pecuária, mineração, infraestrutura de transporte e queimadas.
A economia circular tem base em três princípios orientados pelo design: eliminar resíduos e poluição, circular produtos e materiais em seu nível mais alto e regenerar a natureza. Essa estrutura apresenta uma maneira de criarmos prosperidade a longo prazo, ao mesmo tempo em que lidamos com alguns dos maiores desafios enfrentados por nossa sociedade, como as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade. É, portanto, uma oportunidade para a região se posicionar como um ator-chave e se tornar líder na transição global para uma economia de baixo carbono e alinhada aos ODS.
Ter um entendimento comum do que é uma economia circular e como ela deve ser na América Latina e no Caribe é essencial para que empresas e governos realizem essa transição. Essa visão inspiradora ajudará todos os atores a cooperarem, aproveitarem todas as oportunidades e impulsionarem uma nova onda de desenvolvimento baseada em um modelo de economia circular que beneficie a sociedade, os negócios e o meio ambiente.
- Luísa Santiago, Líder na América Latina, Fundação Ellen MacArthur
Existe uma forte relação entre a estrutura da economia circular, nossos compromissos climáticos em nível internacional e a recuperação econômica. A economia circular pode nos ajudar a reduzir nossas emissões de carbono e o impacto sobre os recursos naturais, além de gerar empregos qualificados. Vemos um grande potencial para a região implementar a economia circular se trabalharmos juntos, e essa visão apresenta a direção que todos os países da região devem almejar.
- Rolando Castro-Córdoba, Vice-Ministro de Energia e Qualidade Ambiental da Costa Rica
Esta visão compartilhada de uma economia circular para a América Latina e o Caribe reconhece a importância de aproveitar a biodiversidade da região e abordar a inclusão social. Esses dois aspectos são muito exclusivos da região e muito necessários em uma nova era de desenvolvimento econômico.
- Milagros de Camps, Vice-Ministra de Cooperação Internacional do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais da República Dominicana
Agora é hora de dar vida a essa visão com a ajuda de todos os atores, de empresas de todos os tamanhos a governos e formuladores de políticas, cidadãos, clientes e instituições financeiras. Essa visão permitirá que todos entendam seu papel, trabalhem de forma colaborativa para além de suas fronteiras e busquem os mesmos resultados.